Ultimamente, muitas pessoas estão consultando psicoterapeutas ou, pelo menos, pensando nisso. Entretanto, há tantos métodos diferentes de terapia que é fácil ficar confuso. Conhecidos e amigos podem recomendar o que os ajudou, mas é provável que sua situação seja diferente. Os próprios profissionais também costumam sugerir a abordagem com a qual trabalham. Mesmo aqueles que tentam combinar diferentes métodos de psicoterapia em sua prática geralmente são melhores em um ou outro.
Ao mesmo tempo, não existe um único método de psicoterapia que seja geralmente melhor do que todos os outros: a escolha depende apenas de suas características, do tipo de problema e de sua disposição para resolvê-lo. Pedimos ao psicólogo clínico e psicoterapeuta Viktor Bogomolov que nos falasse sobre sete métodos populares — da psicanálise à hipnose — e explicasse o que esperar deles.
Psicanálise e terapia psicanalítica
Muitos tipos diferentes de terapia se enquadram nesse grupo, mas o que eles têm em comum é o método de interpretação. Na psicanálise, o terapeuta tenta fornecer uma explicação para os sintomas e o sofrimento do cliente por meio de interpretações de suas palavras e comportamento. Tudo isso está relacionado a experiências passadas e se baseia em como você se comporta na consulta. Esse método geralmente envolve um trabalho de longo prazo e, no caso da psicanálise, também é frequente; os encontros com o psicanalista podem ocorrer várias vezes por semana.
O Método de Interpretação pode ser útil para aqueles que sentem um problema, mas não entendem completamente qual é o problema, como abordá-lo ou qual resultado gostariam de alcançar. Se você tende a considerar e pesar cuidadosamente todos os aspectos de uma situação antes de agir, se está preocupado com seu mundo interior, este é o lugar para você. Mas se você é uma pessoa ativa que está acostumada a estabelecer metas claras, a psicanálise não é a melhor escolha. E você não deve recorrer a ela se tiver um problema ou sintoma muito específico que interfira em sua vida.
Terapia cognitivo-comportamental
Esse tipo de psicoterapia envolve trabalhar com pensamentos e comportamentos. Isso significa que o terapeuta dará muitas explicações sobre o que está acontecendo com você e por quê, como seus problemas estão organizados e quais pensamentos e ações estão causando esses problemas. Ele também lhe dará várias tarefas que você terá de realizar entre os encontros. Por exemplo, observar e anotar certos pensamentos que surgem durante o dia. Em alguns casos, o terapeuta pode sair com você pela cidade e ajudá-lo a se comportar de novas maneiras em situações assustadoras ou dolorosas. Isso é chamado de experimento comportamental.
Esse método pode ser útil para uma pessoa determinada em relação a um problema, que está acostumada a superar ativamente as dificuldades da vida e que prefere clareza e precisão. Vale a pena considerar esse método se você estiver pensando no seu problema há muito tempo e sentir a necessidade de resolvê-lo. Além disso, o tipo de problema é importante: a terapia cognitivo-comportamental é excelente para lidar com vários tipos de transtornos de ansiedade, medos e receios.
Terapia Gestalt
Se falarmos sobre o comportamento do psicoterapeuta nas sessões, então a Gestalt é o tipo de terapia mais difuso. Ainda assim, há alguns padrões gerais. Como regra geral, os terapeutas da Gestalt prestam mais atenção às experiências e emoções do cliente e sugerem que se concentrem nelas. Além disso, a ideia de independência individual é particularmente importante para a terapia Gestalt. Em última análise, essa abordagem permite que os clientes entendam melhor o que querem e como obter isso de outras pessoas.
Se for preferível falar sobre sentimentos a falar sobre pensamentos, se você estiver interessado em melhorar seu relacionamento com os outros e aprender a se impor, esse método pode ser uma boa opção. Ele também é adequado em situações em que você percebe que não pode mais se comportar da «maneira antiga» e está disposto a se arriscar a tentar coisas novas.
Hipnose
A rigor, a hipnose não é um método separado, mas um «aditivo» a outros tipos de psicoterapia. Entretanto, muitas vezes os especialistas se declaram hipnoterapeutas e usam esse método como um dos principais. No processo, o especialista faz vários tipos de sugestão — para que o cliente tenha mudanças nas sensações, na percepção, nos pensamentos ou no comportamento. Não tenha medo: a hipnose é um método de psicoterapia bem pesquisado e cientificamente comprovado. É importante entender que a hipnose envolve a participação ativa do cliente no processo, em vez de simplesmente seguir as instruções do profissional.
A hipnose é um tipo de psicoterapia de curto prazo e funciona melhor para problemas específicos. Por exemplo, relacionados a reações involuntárias, dor ou sintomas psicossomáticos.
Dessensibilização e reprocessamento de movimentos oculares
Esse método envolve trabalhar com as memórias traumáticas ou dolorosas do cliente. O terapeuta pede que você se lembre ou visualize determinadas situações em sua imaginação e, ao mesmo tempo, move os dedos ou um ponteiro na frente do seu rosto, acionando determinados movimentos oculares. Esses movimentos ajudam a processar as lembranças e as sensações: a lembrança dos eventos dolorosos permanecerá, mas eles não o incomodarão mais. Parece surpreendente, mas esse é um dos métodos reconhecidos da terapia comportamental. Pesquisas confirmam que esse é um dos métodos mais eficazes para tratar o transtorno de estresse pós-traumático e aliviar os efeitos do trauma psicológico.
Terapia narrativa
A narrativa é essencialmente a história de sua vida. O terapeuta ajuda a estruturá-la da maneira que você quer que seja, e não da maneira que a sociedade ou seus pais acham que você «deveria viver». Muitas vezes, as histórias que realmente importam para você vão contra as prescrições sociais. É aí que entra o terapeuta. Serão feitas muitas perguntas: isso o ajudará a falar sobre o que é valioso para você. O terapeuta o ajudará a colocar as coisas mais importantes no papel — na forma de um diário, cartas ou anotações.
A terapia narrativa é um dos métodos mais democráticos de psicoterapia, porque o terapeuta não dá prescrições, recomendações, tarefas ou interpretações, mas apenas faz perguntas e as utiliza para orientar o cliente na conversa. Essa é uma boa solução se você se sente incomodado com conselhos, mas não tem certeza de como resolver seus problemas.
Terapia de curto prazo com foco em soluções
Como o nome sugere, o foco aqui não está em descobrir e analisar as causas dos problemas, mas em encontrar soluções, portanto, é o oposto da psicanálise. Os psicoterapeutas que trabalham nessa direção acreditam que, para resolver um problema, não é necessário passar muito tempo investigando as causas de sua ocorrência, e essa psicoterapia envolve um pequeno número de sessões.
O especialista se concentra nas esperanças, possibilidades e necessidades do cliente. Todo o método é orientado para o futuro: perguntas direcionadas ajudam o cliente a descrever a situação que ele espera alcançar. A terapia usa tarefas simples e desoneradas para ajudá-lo a ver seus pontos fortes, perceber quais ações levam a mudanças positivas, mesmo que sejam muito pequenas no início.
Esse método pode lhe dar um leve empurrão na direção certa se você não gosta de se aprofundar nos problemas e acha mais fácil falar sobre ações do que sobre sentimentos internos. Mas, para fazer isso, você precisa se preparar para lidar de forma decisiva com as dificuldades que está enfrentando.
Em que mais você deve prestar atenção se decidir consultar um psicoterapeuta?
Curiosamente, o método usado pelo terapeuta tem o menor impacto sobre o resultado. É muito mais importante que você sinta que o terapeuta o aceita e o compreende, o respeita e o ouve atentamente. Essa é a base sem a qual será difícil progredir no trabalho.
O segundo ponto importante é que o terapeuta entenda suas metas e objetivos, o resultado que você espera da terapia. Se o terapeuta não entender suas metas ou começar a impor as dele, você precisa conversar com ele sobre isso. Se ele continuar a insistir em sua própria visão da tarefa, é melhor recorrer a outra pessoa. Não hesite em discutir suas dúvidas com o terapeuta se achar que determinadas técnicas não são adequadas para você.
Um terapeuta que esteja interessado em fazer com que você se sinta melhor tentará encontrar as maneiras mais eficazes de atingir suas metas. Um sinal de alarme — se lhe disserem que você tem muita «resistência» ou que não está interessado na recuperação. Nesse caso, tente encontrar outro profissional.
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